26 de novembro de 2014

SPOT: BLOG XEQUE-MATE

O PODER DA INFLUÊNCIA DOS BLOGS DE MODA


Confira a reportagem feita pela nossa repórter Nádia Vivane. 

10 CURIOSIDADES SOBRE GETÚLIO VARGAS

1. Getúlio tinha 1,60 metro e detestava sua altura — por isso, os fotógrafos oficiais eram obrigados a usar um truque para tentar mostrá-lo maior do que era.


2. Antes de chegar à presidência, ele foi ministro da Fazenda de Washington Luís, presidente que o depôs e o mandou para o exílio.

3. Em 1934, circulava em Belo Horizonte a "Revista de Minas". Quando chegou a notícia de que Getúlio havia escolhido Virgílio de Melo Franco para governador, os editores fizeram a seguinte chamada de capa: "Virgílio, o governador". Na manhã da circulação, veio o desmentido. O indicado, na verdade, fora Benedito Valadares. A "Revista de Minas" não podia mais mudar a capa. Fizeram um carimbo enorme, na medida da manchete, e chancelaram embaixo: "do coração dos mineiros".

4. Em 1936, Getúlio entregou a alemã Olga Benário, mulher do líder comunista Luís Carlos Prestes, ao governo de Hitler. Judia e comunista, Olga morreu na câmara de gás de um campo de concentração, em 1942.

5. O presidente era chamado de Pai dos Pobres.

6. Durante o Estado Novo, Vargas determinou que as repartições públicas tivessem um retrato do Presidente da República na parede. Em 1945, Getúlio Vargas foi deposto e suas fotos foram retiradas. Reeleito em 1950, os retratos voltaram. Isso inspirou uma música de muito sucesso, feita em 1951. "Retrato do velho", de Haroldo Lobo e Marino Pinto, foi interpretada por Francisco Alves. Getúlio detestou ser chamado de velho. Conheça a letra: 

"Bota o retrato do velho outra vez
Bota no mesmo lugar
O sorriso do velhinho
Faz a gente trabalhar, oi! 
Eu já botei o meu
E tu não vais botar? 
Já enfeitei o meu
E tu vais enfeitar? 
O sorriso do velhinho
Faz a gente se animar, oi!"

7. Em 1953, Getúlio foi convidado para a cerimônia de coroação da rainha Elizabeth II, da Inglaterra. Como presente, ele lhe entregou um colar e um par de brincos. O colar pesava 300 gramas, com 10 águas-marinhas de 120 quilates e 647 brilhantes.

8. Getúlio sofria de artrite.

9. Ele gostava de jogar golfe na companhia de amigos. Para isso, dispunha de tacos fabricados na Inglaterra e todas as bolas tinham impresso em vermelho o seu nome.

10. Getúlio se considerava "pouco supersticioso". Ele dizia ter simpatia apenas pelo número 13.

Fonte: Guia dos Curiosos

O LADO POWER DO BLACK

 


Eles chamam atenção por onde passam. Alguns até tentam ser discretos, mas com tamanha protuberância, discrição é quase impossível. A maioria deles já vem dotada de estilo próprio e muita confiança. O andar impõe atitude e o olhar determinação. Mas poucos sabem, inclusive os próprios indivíduos que compõe o grupo, sobre as lutas sociais que aconteceram para que eles pudessem desfilar com as madeixas livres em um pequeno ou volumoso black power.
Atualmente o black power é a denominação dada para um estilo de cabelo, mas esse termo surgiu no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, para definir um movimento de pessoas negras em todo o mundo. Com muita força nos Estados Unidos, a revolução Black Power defendia a liberdade, o orgulho racial e a criação de instituições políticas e sociais para promover a melhoria de vida dos negros que, nessa época, estavam marginalizados na sociedade, compondo os guetos.
Um dos maiores líderes do movimento negro foi Martin Luther King que passou a vida lutando pelas causas sociais e só parou quando foi morto em 1968. Mas, depois dele, outros vieram. Richard Wright foi o primeiro a utilizar o termo Black Power, em livro com esse mesmo nome.  A expressão tinha conotação, literalmente, de poder negro, a fim de ressaltar a importância dos negros na sociedade. Como sentido político, o termo foi usado pelo americano Robert F. Williams, presidente da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). Porém, quem criou a intitulação Black Power foi Stokely Carmichael  militante radical do movimento negro americano que seguia a linha ideológica de Luther King.   
Carmichael era líder da Comissão Estudantil de Coordenação Não-Violenta, e em 1966 criou o grito de conflito Black Power para expressar a impaciência dos jovens diante aos ataques segregacionistas. Assim como o símbolo do poder, o Poder Negro era simbolizado pelo punho cerrado.
As lutas tiveram aos poucos resultados e entre o final de 1970 e o começo de 1980, as pessoas começaram a assumir a identidade racial que se destacou, principalmente pelo uso do cabelo black, então denominado Black Power. E atualmente, tantos anos depois, esse estilo e termo se expandiu, hoje até os brancos, pardos e quem quiser  pode desfilar poderosamente as madeixas cacheadas e crespas, símbolo de uma liberdade criada através de muitas revoluções.


Mônica Monteiro

POR TRÁS DA RIQUEZA, UM ANTIGO GOVERNO



Todo mundo, algum dia, já sonhou fazer parte da realeza. Os palácios, a sofisticação, a riqueza, a elegância, as mordomias, sem esquecer, é claro, do compromisso com a nação. Mas poucas pessoas realmente têm a sorte de nascer em berço real e, ao contrário do que muitos pensam, não é só pelo luxo que existe a monarquia.
Essa forma de governo é uma das mais antigas da história. E existem duas vertentes.
A absolutista e a parlamentarista. Na monarquia absolutista, o rei ou a rainha exercem poder absoluto sobre o país. Diferentemente da anterior, a parlamentarista, embora o monarca seja o chefe de Estado, o poder está nas mãos do primeiro ministro, ou seja, ele é o chefe de governo. 
Atualmente, por causa do poder exercido pelos Estados Unidos, é comum pensar que só a forma republicana é moderna e progressista. Entretanto, essa verdade não é absoluta, já que países desenvolvidos, como Holanda, Suécia, Japão, além do Reino Unido - formado pela Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - são monarquias.
Embora na maior parte dos países monarquistas o sistema vigente seja o parlamentarista, existem outras formas que funcionam atualmente. Na Arábia Saudita e no Qatar, a forma de poder é absolutista.
Já o Vaticano, por exemplo, é a única monarquia eletiva do mundo. Lá, o poder do Papa não é hereditário, já que a escolha de quem vai comandar a Igreja é feita por meio da votação do Colégio dos Cardeais. O que não o torna menos “poderoso” que os demais monarcas, muito pelo contrário. De acordo com a revista “Foturne”, publicada em março deste ano, o Papa Francisco foi apontado como líder mais influente do mundo.  
O poder papal está presente na sociedade há muito tempo. Durante a Idade Média, conhecida como a “Idade das Trevas”, o clero exercia enorme poder sobre os devotos - como a venda de indulgências. A ideia pregada à época era de que o Papa era o detentor do poder de aplicar algum castigo para os seguidores da Igreja.
Assim como na Idade Média, o Papa João Paulo II também exerceu forte influência sobre o mundo. Utilizando “armas” como diplomacia, espionagem, encontros secretos com líderes de outras religiões, e, principalmente, a fé, ele ajudou a combater o comunismo implantado no Leste Europeu - o primeiro governo a desmoronar foi na Polônia. O então ditador polonês, general Wojciech Jaruzelski, atribuiu a culpa da queda do comunismo à Igreja. Por esse motivo, o líder da Igreja católica passou a ser admirado por todos.


Inglaterra A história do Reino Unido é uma das mais ricas que se tem notícia. Mesmo depois de séculos, um dos fragmentos mais importantes permanece intacto. Não com o mesmo poder, mas com a mesma pompa: a monarquia britânica. A formação desse tipo de governo, como é conhecido hoje, teve início em 1215, com a Magna Carta, assinada pelo rei João. O documento tinha como objetivo limitar a autoridade do rei da Inglaterra. Por exemplo, o monarca só teria autorização para aumentar os impostos após ouvir o Grande Conselho (formado por bispos, condes e barões). No século XVII ocorreram duas revoluções que, consideradas em conjunto, transformaram a monarquia inglesa de absolutista em monarquia constitucional parlamentarista. A primeira foi a de 1642, quando, sob liderança do puritano Oliver Cromwell, a pequena burguesia, setores populares, nobres puritanos e parcela nobre anglicanos depuseram o rei absolutista Carlos I e o executaram sob a acusação de traição e despotismo. De 1649 até 1660 a Inglaterra viveu sob o regime republicano, governada primeiramente pelo parlamento e depois, no protetorado, por Oliver Cromwell e pelo filho Richard Cromwell. Essa primeira revolução anti-absolutista se esgotou em 1660, quando o parlamento restaurou a monarquia e chamou Carlos II para governar a Inglaterra. Ele governou até 1685, quando morreu e foi sucedido pelo filho, Jaime II. Já este último ficou apenas 3 anos no trono, pois ao tentar reimplantar o absolutismo e favorecer a religião católica, foi retirado do trono e no lugar de Jaime II, o parlamento colocou o príncipe holandês Guilherme de Orange e Nassau, casado com uma princesa inglesa da família de Jaime II de Stuart, o rei deposto. Essa mudança dinástica, uma espécie de golpe de estado sem violências, aconteceu no ano de 1688, e ficou conhecida na Inglaterra e no mundo, como Revolução Gloriosa, ou “Revolução sem sangue”. Com esta segunda revolução de caráter liberal aboliu-se finalmente o absolutismo e fundou-se a monarquia constitucional parlamentarista, que vige até hoje na Inglaterra. Atualmente, a realeza britânica não tem mais plenos poderes para criar novas leis e cobrar novos impostos. O poder político fica nas mãos do primeiro ministro, que é um representante popular no Parlamento. A rainha Elizabeth II tem apenas o papel de representação do Estado, que é um poder “figurado”. Ela exerce função importante na união do país, em que determinadas circunstâncias podem ser cruciais para ajudar a encaminhar os problemas e impasses, mas não exerce o poder na vida cotidiana. Para o professor-doutor Sezinando Menezes de história, o monarca inglês perdeu a essência nobre. “A lei que era feita para nobreza, não era a mesma do povo. Mas isso não existe mais. O nobre inglês obedece à mesma lei que o povo. Embora tenha perdido essa essência, ele [o rei] conseguiu manter o status, a posição e o título”, diz o professor. Pesquisa feita em 2011 pelo jornal “The Guardian” apontou que 67% dos britânicos dizem acreditar que o poder monárquico, além de ser relevante para a vida nacional, é melhor que a república. Essa pesquisa também mostrou que os ingleses afirmam que a família real impõe respeito não só na Inglaterra, mas no mundo. Para o professor-doutor em história José Flávio Pereira, os ingleses aceitam a monarquia não só pelo governo se confundir com as tradições e a história inglesa, mas também porque o poder real se reciclou ao longo desses anos. “A monarquia deixou de lado a prepotência absolutista e se submeteu às leis que governam a Inglaterra.” Brasil Imagine um Brasil diferente do que conhecemos hoje. Em vez de presidente, reis e rainhas; no lugar do Palácio do Planalto, um castelo; em vez de Brasília, o Rio de Janeiro. Parece uma realidade bem distante, não é mesmo? Mas o Brasil foi assim durante a monarquia. Em 1821, D. João VI precisou voltar a Portugal, deixando o filho, D. Pedro I (D. Pedro IV em Portugal), como príncipe regente. Antes de ir embora, ele limpou os cofres públicos, deixando o Brasil na miséria. Foi nesse cenário que, em 1882, D. Pedro I declarou a Independência. Na obra “1822”, o jornalista Laurentino Gomes relata que o País só deu certo devido à sorte, o acaso e à sabedoria dos homens que decidiam pela nação. A monarquia brasileira, com o poder que exercia, foi capaz de contribuir de forma decisiva para algumas questões fundamentais da história do Brasil, uma delas foi que, desde o início, a tradição liberal democrática esteve presente na cultura. O poder era dividido em quatro setores, Executivo, Legislativo, Judiciário e o Moderador - o poder do monarca de interferir nos momentos graves, seja dissolvendo a Câmara dos deputados ou convocando uma nova eleição para formar um novo parlamento. Embora D. Pedro I tivesse poder, era limitado. O monarca não podia declarar guerra e nem decretar novos impostos, tudo tinha que passar pelo parlamento. Além disso, o professor-doutor em história Lupércio Antônio Pereira, disse que a união do Estado não era econômica, mas foi construída politicamente. “Não é como duas ou três capitanias que têm identidade, uma interdependência econômica e social. A nossa economia era mais voltada para a Europa. Cada capitania exportava e importava da Europa. A monarquia teve papel fundamental na unificação do País de mantê-lo coeso. Foi uma construção política, através da Constituição e da ação, sobretudo de Dom Pedro I, que soube conduzir as coisas nessa direção”, contou. Em 1889 foi instaurada a República. A abolição da escravidão e algumas mudanças econômicas e sociais foram os principais fatores que levaram à queda do Império no Brasil. Embora não pareça algo presente na realidade dos dias de hoje, é possível encontrar grupos que desejam a volta da monarquia. Em abril de 1993, os brasileiros foram pela segunda vez - a primeira foi em 1963 - às urnas para decidir qual seria o sistema de governo do País. A população deveria escolher entre o regime republicano ou o monárquico. Durante esse período, os candidatos divulgavam as ideias para a população. O professor Lupércio Antônio Pereira diz acreditar que o poder da monarquia não é um sistema de governo ultrapassado. “Se o Brasil tivesse um monarca como tivemos Dom Pedro I, as grandes agitações políticas e as rupturas institucionais poderiam ter sido evitadas. Haveria a figura do rei que poderia arbitrar determinados conflitos, que não levaria a sociedade a um enfrentamento político militar como foi a revolução de 30 [movimento armado que depôs o então presidente Washington Luís, e impediu que Júlio Prestes assumisse o governo, para por Getúlio Vargas no poder] ou o AI5 [Ato Institucional número cinco, decretado em 1968. Com esse documento o Congresso foi fechado e foram cassados os direitos políticos de várias pessoas]. Por exemplo, depois que a Inglaterra consolidou a monarquia parlamentarista, não teve mais nenhuma revolução. O país conseguiu conciliar progresso com certa estabilidade política, tendo a monarquia como fiadora do funcionamento das instituições.” Em entrevista publicada no site “Guia dos curiosos”, em setembro de 2013, o jornalista e autor dos livros “1808”, “1822” e “1889”, Laurentino Gomes, relatou que, se o Brasil ainda fosse regido pela monarquia, o poder do País sobre as outras nações poderia ser maior. “O império tinha uma visão estratégica bastante ambiciosa a respeito da posição do Brasil no mundo. Até as vésperas da Proclamação da República, a Marinha brasileira era uma das mais bem equipadas, treinadas e respeitadas do hemisfério ocidental. Infelizmente, parte dessa visão se perdeu ao longo da história republicana. O Brasil se resignou a um papel menor no mundo”, diz Gomes. Diferentemente da opinião do jornalista, o professor Sezinando Menezes afirma que a forma de governo do Estado não determina o poder que o País exerce sobre os demais. “Isso é oriundo de outras questões: poder militar, poder econômico e poder de impor pressões.”

Lilian Vespa

AS SETE NOTAS PARA A CURA




  A música tem o poder de ultrapassar a simples audição e chegar até o universo dos sentimentos, pois, de diferentes formas, está ligada a momentos de nossa vida. Quem nunca ouviu uma canção e se lembrou de algum momento ou pessoa? Uma música não é apenas transmissão de sons, mas também de sentimentos e consciência. Existem melodias que nos dão mais confiança, outras nos acalmam, nos alegram ou entristecem. Cada uma tem poder de exercer efeito diferente em cada um de nós.   Existem tratamentos psicológicos que utilizam o poder curativo da música. É o caso da musicoterapia, que envolve som, ritmo, melodia, timbres, harmonia e pode ser realizada individualmente ou em grupo. Foi logo após a Segunda Guerra Mundial que a musicoterapia surgiu. Soldados começaram a levar música para dentro dos hospitais, na tentativa de amenizar a dor e o sofrimento em meio à guerra, proporcionando um tipo diferente de reabilitação e reinserção social dos sobreviventes do conflito. Os resultados foram tão surpreendentes que a musicoterapia se tornou uma disciplina da medicina.   Ainda há pouca literatura sobre a influência da musicoterapia ou do fazer musicoterapêutico no corpo humano, como explica a secretária geral da União Brasileira de Associações de Musicoterapia (Ubam), Magali Dias, terapeuta com especialização em neuromusicoterapia: “o que temos desenvolvido em nossa literatura científica são os efeitos da música e do fazer musical no indivíduo como um todo.”   Magali conta que alguns autores especificam como a utilização de cada instrumento ou técnica musical pode afetar nosso organismo. “Cada grupo de instrumentos tem seu potencial de trabalho. Por exemplo: os metais, triângulo, pratinelas e chocalhos ajudam na manutenção da atenção e regulação do impulso, coordenação e independência das mãos. As madeiras permitem o desenvolvimento da atenção, do domínio de si mesmo e refletir sobre o gestual. Já as peles estendidas, como pandeiros tambores e timbas são utilizados nas expressões das emoções e dos impulsos catárticos.”   Assim como o médico faz a prescrição de remédios, o musicoterapeuta utiliza sons de acordo com cada pessoa e sintoma. “Por exemplo: Mozart estimula a criatividade da criança; Beethoven é ótimo para a concentração; Sebastian Bayer é bom para quem está em depressão ou com autoestima baixa, explica João Cezar Parizotto, 53, formado em musicoterapia pela Faculdade Paulista de Artes. Segundo a musicoterapeuta Magali, não existe bula ou receiturário de músicas para ficar alegre ou abaixar o humor eufórico. Existe um indivíduo que escuta e absorve a cultura musical à volta dele e por ela é influenciado. Assim, a cada sessão, e para cada paciente, é utilizado um tipo ou vários tipos de músicas.   Há sete meses fazendo musicoterapia, Tácia Rocha, 29, Mídia em uma agência de publicidade, começou o tratamento para ter um equilíbrio e harmonia emocional. “Tenho uma personalidade inquieta e um trabalho mental intenso. Com a rotina, isso se intensifica. A musicoterapia vai na contramão, proporcionando serenidade e introspeção, alivia o stress e nos desacelera. Com isso, sinto efeito imediato de calmaria e harmonia do meu corpo com o movimento da natureza, que é mais organizado e sereno.”
  O tempo de tratamento é determinado de acordo com a situação do paciente e as metas que se quer atingir, explica Magali Dias. “Depois de discutidas essas metas, é previsto um tempo para que as mesmas sejam atingidas. Cada paciente e cada tipo de intervenção tem seu tempo de tratamento diferenciado”, completa.
  Segundo Tácia Rocha, a prescrição do médio é feito a partir de um breve conversa e a partir disso, será decidido qual tipo de tratamento será utilizado. “O meu musicoterapeuta sempre utiliza o diálogo no início das sessões para investigar como estão meus sentimentos, quais os acontecimentos que estou vivenciando naquele momento.”
  A musicoterapia é utilizada para a prevenção e reabilitação de pacientes, mas, segundo Parizotto, existem casos de cura efetiva de algumas doenças. “Conheço curas de alguns órgãos por meio de aparelhos que passam frequência em hertz. O aparelho também harmoniza o órgão. Por exemplo: melhora o problema do rim e, junto, melhora a bexiga; ou utilizo uma frequência para o baço, que melhora o diabetes e até cura.”
As melodias, quando bem selecionadas pelo terapeuta, tiram o foco do problema, acionam neurotransmissores relacionados ao prazer e, ainda, promovem a liberação de endorfina.
  Tente sozinho, coloque uma música que você adora e fique de olhos fechados, se solte. O poder da música e deste pequeno ato será incrível.

Juliana Duenha

É FARDO, É ESCRAVIDÃO, MAS TAMBÉM É PODER



A etimologia da palavra poder está longe de significados como influência supremacia, soberania, prestigio . Poder, no original grego, corresponde a “dínamo”, que significa dinamizar a vida. O advogado e etimólogo Lutero Paiva, de Maringá, explica que o dínamo se tornou uma peça de gerar energia. Antigamente as bicicletas tinham luz a partir de um dínamo colocado próximo à roda e quando a pessoa pedalava essa peça rodava e gerava energia. A energia gerava luz. Transportado para o mundo sociológico e antropológico o dínamo é a ideia de que o poder ilumina.
Em qualquer que seja a categoria, o poder é buscado mais que a própria vida, segundo Lutero Paiva, pois tudo ou grande parte das situações, seja das soluções ou dos problemas, decorre disso. O poder de fazer, o poder de ser, o poder de decidir, o poder de influenciar. “A essência do conflito social está resumida na questão do poder. Se analisarmos o contexto, as religiões que mais prosperam em termos numéricos são aquelas em que seus líderes se dizem cheios de poder, mesmo que não façam nada do que dizem fazer.” Em regra, diz ele, ninguém quer chegar perto de uma pessoa raca.
O religioso prospera a sua mensagem dizendo-se poderoso e até atrai aqueles que se sentem fracos. “No mundo onde as igrejas estão avolumadas de pessoas, pode-se dizer que ali tem um grande número de pessoas fracas, que se aproximam de uma fonte de dínamo, achando que a pessoa que está conversando com elas ou prometendo algo, tem realmente o poder que diz ter para resolver os próprios problemas, os delas, ou os dos outros ouvintes.”
Já no universo politico, o poder é marcado pela disputa. Max Weber considera que no Estado existem três diferentes tipos de dominação e poder: o carismático, no qual a obediência é fruto do carisma do líder; o tradicional, onde os indivíduos obedecem às tradições de poder; e o racional-legal, onde a obediência é fruto de normas que são estabelecidas de forma legal, racional e burocrática.
O poder, para Weber, significa a viabilidade de impor a própria vontade dentro de um contexto social, mesmo que haja resistência em qualquer fundamento sobre essa probabilidade. Quando menciona fundamento, ele se refere a alguns recursos indispensáveis para a legitimação desse poder. Ou seja, é preciso ter algo superior em relação aos outros para que se possa mandar.
O poder, quando conquistado muitas vezes também exige e escraviza. Lutero Paiva ressalta que embora abstrato, o poder exerce a escravidão sobre aquelas pessoas que o detêm. “No mundo político é assim, a pessoa se encaminha dentro dessa proposta, e para exercer o poder tem de se enfraquecer diante dele”, afirma o advogado.

Marcela Cruz